Trem Série 2100 na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André |
Quase dois meses após a tarifa da CPTM sofrer reajuste (passando de R$ 3,50
para R$ 3,80), o comércio que oferece passagem do sistema de maneira
irregular têm se intensificado no entorno das estações do Grande ABC.
Ao
longo de Fevereiro de 2016, a equipe do Diário do Grande ABC esteve em três estações da
Linha 10-Turquesa da CPTM, responsável por atender a demanda de
municípios da região e que liga Rio Grande da Serra ao Brás, na Capital.
Enquanto em São Caetano o comércio irregular é inexistente, em Santo
André e Mauá vendedores tomam conta das calçadas.
Na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André, vendedores
irregulares não temem a presença de posto policial localizado ao lado da
parada de trens. Em frente à bilheteria da estação, ambulantes realizam
a venda de passagem por meio do Bilhete Único e do BOM.
Por
se tratar de passagens provenientes de vale-transporte, a maioria é
vendida por preço abaixo da tarifa convencional do sistema. Em Santo
André, ambulantes ofereciam a passagem por valores que variavam de R$
3,50 a R$ 3,75.
Atraídos
pelo preço baixo e praticidade, usuários incentivam cada vez mais a
irregularidade. Aproximadamente dez pessoas realizam a venda ilegal de
passagens na cidade
O Diário do Grande ABC esteve na estação do Centro
de Santo André para acompanhar a movimentação de clientes e vendedores.
Durante dez minutos, 123 pessoas compraram pelo sistema oficial da CPTM,
enquanto outras 37 fizeram a aquisição de passagem pelo comércio
irregular, o que equivale a 30% do total de vendas.
“Depois
que aumentaram a tarifa, as filas estão muito grandes. Compensa bem
mais pegar o bilhete com eles (vendedores irregulares). Primeiro porque
você paga mais barato. Além disso, a espera na bilheteria é longa.
Enquanto você está na fila, perde, no mínimo, dois trens”, relata a
operadora de caixa Danileine Ferreira, 29 anos.
Lei
trabalhista de 1985 proíbe o trabalhador de revender o vale-transporte.
O desrespeito pode render demissão por justa causa. Além disso, quem
pratica essa irregularidade é passível de autuação criminal. O usuário
que adquire também pode responder por falsidade ideológica.
Em
Mauá, onde longas filas são rotineiras, ambulantes aproveitam para
fazer a venda do bilhete de papel por preço superior aos praticados nos
guichês da estações. O valor vai de R$ 4,00 a R$ 4,50. Embora a tarifa seja
mais alta, usuários não se incomodam em adquirir a passagem pelo
mercado paralelo. “Já cheguei a ficar dez minutos na fila. É um tempo
muito grande, por isso eles conseguem vender”, relata a vendedora
Jeniffer Paes Buarque, 23.
Em
nota, a CPTM informou que realiza constantes fiscalizações nas linhas
de bloqueios das estações visando coibir irregularidades, inclusive no
uso ilegal de bilhetes. A companhia informou que, com a adoção da nova
tarifa, de R$ 3,80, a demanda por troco aumentou, o que vem provocando
filas em algumas estações nos horários de maior movimento. Diz ainda que
a maioria dos usuários não tem o hábito de trazer moedas para facilitar
a compra do tíquete.
Fonte da Notícia: Diário do Grande ABC
Imagem: Wikimapia
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