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Para pegar o trem, o valor da passagem é R$ 3,80. Mas sempre tem alguém vendendo por menos na Estação Itaquaquecetuba. “Aqui todos os dias de manhã eles ficam na estação. Passam a catraca e ficam esperando pra receber o cartão”, disse a aposentada Ana Maria de Carvalho Oliveira.
“Falam que é só R$ 3,00. Já vi muita gente comprando. Há dois meses tem
sido comum” contou a técnica de enfermagem Mariliti Jesus dos Santos.
Semana passada, treze cartões de Bilhete Único e um cartão do BOM, foram apreendidos.
O boletim de ocorrência diz que um policial ferroviário e dois
militares observavam a movimentação na estação de trem e notaram a
atitude suspeita de alguns indivíduos. Uma hora depois os policiais
decidiram fazer a abordagem de cinco pessoas.
De acordo com o boletim de ocorrência, um dos homens detidos recolhia os cartões dos passageiros dentro da estação. Outros dois
homens, mais uma mulher e uma menor ficavam do lado de fora oferecendo
recargas mais baratas. Eram a mulher e a menor que guardavam o dinheiro
das vendas. Pouco mais de R$ 200. Já nos cartões apreendidos, de acordo
com a polícia o valor total de recarga que os detidos ainda tinham para
vender, era de R$ 1.600,00.
Os cartões são originais, segundo o delegado de Itaquaquecetuba.
Agora é confirmar como as recargas clandestinas foram feitas neles.
“Eles são recarregados de maneira fraudulenta, talvez através do meio
eletrônico. É vendido valor atrativo, que é passado ao usuário por um
melhor preço”, disse o delegado Francisco Del Poente.
De acordo com o delegado, vários inqueritos já foram abertos pra
investigar as quadrilhas que tem movimentado muito dinheiro com as
fraudes “É um valor alto, passa de milhões. Na nossa unidade temos sete
inquéritos policiais, estamos averiguando o envolvimento mínimo de 20
pessoas. Precisamos orientar que quem está comprando o cartão, também
está sujeito à investigação criminal.”
De acordo com a polícia, todos os detidos foram liberados, inclusive a
menor de 16 anos porque é preciso exame pericial para a comprovação das
fraudes. O caso foi registrado como falsificação de papéis públicos,
associação criminosa e corrupção de menor. A CPTM informou que faz
fiscalizações constantes pra evitar irregularidades e que colabora com
as investigações da polícia.
Fonte da notícia: G1