Estação Brás da CPTM no horário de pico |
Os trabalhadores da CPTM, empresa do governo paulista, ameaçam parar no
próximo dia 20. Os quatro sindicatos que representam a categoria –
Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil (Linhas 11-Coral e
12-Safira), de São Paulo (linhas 10-Turquesa e 7-Rubi), da Zona
Sorocabana (Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda) e dos Engenheiros – querem
que a empresa reveja a proposta do Programa de Participação nos
Resultados de 2015, que, segundo afirmam, deixa os trabalhadores
sem bonificação.
O
principal problema para os trabalhadores é com a meta de passageiros
transportados. Em julho do ano passado, eles propuseram que a meta fosse
de 827 milhões de passageiros transportados no ano, o que representava
crescimento de 2% em relação a 2014. A empresa queria uma meta de 845
milhões, pouco mais de 4%. Outras metas dizem respeito a itens como
faltas ao trabalho e evolução de desempenho da empresa.
“Essa
meta é importante porque diz respeito ao pagamento mínimo – R$ 3.840,71
– que o trabalhador pode receber. Mas a meta tem de ser adequada à
realidade”, afirmou o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São
Paulo, Eluiz Alves Matos. Segundo ele, a empresa demorou a propor
reuniões com os trabalhadores e a categoria está sem previsão de receber
o PPR. “Foi uma reunião em Julho de 2015, outra em Outubro de 2015 e outra na semana
passada.”
Matos
contou que o ano da CPTM fechou com 831 milhões de passageiros
transportados. O número supera o proposto pelos trabalhadores e fica
abaixo da proposta da empresa. “Se a companhia tivesse buscado acordo
conosco não estaríamos nessa situação. Agora os trabalhadores não
aceitam a proposta da empresa”, afirmou.
No
ano passado (2015), o tema já havia sido discutido, durante a campanha
salarial da categoria, que contou com uma paralisação de 24 horas no dia 03/06/2015. Naquela ocasião, a empresa propôs que entregas de estações e
instalação de equipamentos fossem incluídos nas metas das parcelas fixa
e variável do PPR. O que foi rechaçado pelos trabalhadores, pelo fato
de o cumprimento da meta não depender deles.
O
desembargador Wilson Fernandes, que mediou as negociações no Tribunal
Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), concordou com os
trabalhadores e propôs que as metas fossem debatidas no núcleo de
negociação do tribunal. “Por que colocar metas que são inatingíveis?
Aceitamos metas que tenham desafio, que a gente pode correr atrás e
conseguir”, disse Matos à época. Segundo ele, houve acordo entre empresa
e trabalhadores nesses pontos.
A
próxima reunião entre a CPTM e os ferroviários está marcada para amanhã (19/02/2016). No mesmo dia, os trabalhadores devem realizar assembleia para
decidir se aceitam ou não os termos do acordo para o PPR.
Fonte da Notícia: Diário da CPTM
Imagem de Diego Silva
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