Foto do atropelamento na Supervia o mês passado |
No fim de Julho de 2015, o ambulante Adílio Cabral dos
Santos foi atropelado na via férrea na estação de Madureira. Seu corpo
ficou sobre os trilhos. Quando um outro trem veio pela linha férrea,
acabou passando sobre o corpo. Imagens gravadas por celular de uma
pessoa que estava na plataforma mostrando o trem passando sobre o corpo
chocaram o público. A Supervia informou que autorizou a passagem do trem
por que, como a composição é alta, não atingiria o corpo.
Mas
depois de ouvir sete funcionários da Supervia, o delegado Rodrigo
Barros, da 29ª DP (Madureira), responsável pela investigação da morte do
ambulante, revelou ao jornal “Extra” nesta terça-feira que na verdade
três composições passaram sobre a vítima. Além do trem que o atropelou e
o que foi autorizado a passar por cima, um segundo trem teria chegado
em alta velocidade e não teve condições de parar. O maquinista, no
entanto, teria visto que havia um corpo nos trilhos e avisado à sala de
controle.
Uma
simulação do acidente feita nesse final de semana pelos investigadores vai
dizer se houve crime no atropelamento e se o terceiro trem encostou no
corpo. Se isso aconteceu, o gerente de Operações da Supervia, que deu a
ordem para que as viagens continuassem, pode ser incriminado por
vilipêndio a cadáver, desrespeito. O laudo deve sair em 30 dias.
A Supervia informou que continua à disposição da polícia e que aguarda a conclusão das investigações.
'Negligência', disse irmão
Élcio
Santos Júnior, irmão de Adílio, quando esteve no Instituto Médico
Legal para liberar o corpo do irmão, definiu o caso como uma
negligência.
“Achei
uma negligência, né? Muito negligente passar por cima de uma pessoa,
mandar passar por cima do corpo de uma pessoa. Porque, também, não era
parente dele”, afirmou o irmão da vítima.
Na ocasião, o Secretário Estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, disse que os responsáveis devem ser identificados.
“O
centro de controle tem a visão de tudo que acontece no sistema, de que
tem em cada trilho, e é ele que dá o comando ao maquinista. Se aquele
trem estava irregularmente naquele trilho, alguma falha aconteceu.
Precisamos entender quem deu a autorização para que o trem prosseguisse,
mesmo com o corpo na pista", afirmou Osório, chamando o episódio de
"inaceitável".
Para a Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, a situação é uma “barbaridade”.
O
Procon-RJ também apura as responsabilidades do caso e afirma que vai
cobrar da Supervia resposta sobre como Adílio Cabral dos Santos teve
acesso à linha férrea.
Já
a Agetransp, agência reguladora responsável pelos transportes públicos,
diz que vai cobrar informações dos responsáveis para aplicar punições.
Fonte da Notícia & Imagem: G1
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