Os Metroviários de São Paulo e o MPL farão,
no próximo dia 14.08.2013, um ato público para dar visibilidade e cobrar
responsabilidades e a apuração das denúncias de desvios de recursos
públicos do Metrô e da CPTM, no que ficou conhecido como propinoduto tucano.
“A ideia é denunciar o cartel e o desvio de R$ 400 milhões do metrô e os
transportes, que deveriam ser usados em investimento e redução de
tarifas, por exemplo, que faria muito bem à população”, diz Mateus
Preis, do MPL.
Preis diz que o MTST, entre
outras entidades, deve participar do ato, cujo ponto inicial ainda está
sendo discutido.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo,
Sérgio Renato da Silva Magalhães, o Carioca, a população vai ser
informada do protesto e suas motivações com antecedência. “No próximo
dia 6, vamos divulgar uma carta aberta à população, explicando o ato,
cujo núcleo é cobrar a investigação das denúncias”, informa. A carta
será assinada também pelo MPL.
Rogério Centofanti, do Sindicato dos Ferroviários Sorocabana, diz que
a categoria será consultada e decidirá sobre a participação em
assembleia na sexta-feira, 2. “Muitas denúncias não foram apuradas e, se
foram, não foram divulgadas”, diz Rogério Centofanti, do Sindicato dos
Ferroviários Sorocabana. “É preciso esclarecer a população sobre o que
está acontecendo com o metrô e a CPTM.”
Os problemas apontados pelos trabalhadores não estão apenas
relacionados à corrupção. Segundo Cavalcanti, delegado sindical do
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Central do
Brasil, diz que é preciso denunciar também o perigo iminente que a
população está correndo com trens superlotados. “O trem que descarrilou
na semana passada na Espanha (perto de Santiago de Compostela) foi
trágico devido à alta velocidade. Aqui seria pior se ocorresse um choque
entre trens lotados”, afirma Cavalcanti.
Licitação Fracassada
Em 30.07.2013, fracassou a licitação para a construção da Linha
6-Laranja do Metrô de São Paulo. O prazo venceu e não houve proposta de
nenhuma empresa. O ramal ligará a Brasilândia, na zona norte da capital,
à estação São Joaquim, no centro.
A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional divulgou nota
segundo a qual “o governo do estado de São Paulo, por meio do Conselho
Gestor do Programa de PPP, informa que
devido à ausência de propostas na concorrência da Linha 6 - Laranja do
Metrô existe a necessidade de esclarecer vários pontos do edital que não
foram totalmente compreendidos”.
A
Linha 6-Laranja do Metrô é a primeira do sistema que será totalmente
construída e operada pelo setor privado. Conforme já informamos neste
blog
O governo de Geraldo Alckmin esclarece que uma reunião dia 7 de agosto vai
“analisar e aperfeiçoar os principais aspectos do projeto para que um
novo edital possa ser publicado ainda este mês”.
Cobranças
Esta semana, o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino afirmou à
Rádio Brasil Atual que o Ministério Público de São Paulo demora a
agir nos casos denunciados recentemente. “A impressão é que foi montada
uma estrutura de corrupção entre a empresa Siemens e a Alstom, que é
outra empresa que opera no Metrô e CPTM, inclusive com repasses a
executivos importantes do estado. Viemos fazendo denúncias desde 2008 de
irregularidades em contratos e não apuradas pelo MP estadual ou pelo
Tribunal de Contas do Estado”, disse Marcolino.
Na semana passada, o também petista João Paulo Rillo protocolou
pedido de apuração de denúncias de desvios de recursos públicos do Metrô
e da CPTM ao procurador-geral de Justiça do Estado De São Paulo, Márcio
Fernando Elias Rosa. “Espero que depois de tanto debate sobre a
necessidade da liberdade de investigação e de se
garantir suas funções, elas sejam aplicadas neste caso também”, disse
Rillo.
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