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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Parceria vai restaurar Estação Ferroviária de Marinque

Uma parceria entre a Prefeitura de Mairinque e o Senai de Sorocaba vai restaurar o patrimônio ferroviário da cidade. O projeto de implantação de um curso de restauro para revitalização do patrimônio da cidade foi assinado dia 05.04.2013

Foto ao Lado: Estação Marinque atualmente

A parceria vai restaurar paulatinamente, além da estação ferroviária local, as casas antigas situadas em seu entorno. Mais antigas que a própria estação (datada de 1906), este ato representa um marco de retomada do patrimônio histórico na cidade, relegada ao esquecimento por muitos anos.

O professor Júlio Barros, restaurador e membro do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico do Senai-SP, disse que “Mairinque está dando um passo à frente, restaurando e valorizando a estação ferroviária que um dia deu vida e contribuiu para o crescimento da cidade”. Sua equipe já identificou pelo menos 200 casas que estão em torno da estação, fazendo a prospecção das edificações, conversando com moradores, recolhendo material para análise e identificando as características arquitetônicas que foram empregadas no período da construção.

O projeto se inicia na primeira quinzena de maio, com as oficinas experimentais concebidas e orientadas pelo Projeto Técnico Pedagógico de Formação Profissional do Senai-SP. As oficinas serão dirigidas a jovens de ambos os sexos, com idade entre 18 e 30 anos. Eles serão treinados a restaurar diferentes tipos de materiais, passando por estruturas argamassadas, pintura e metais. Para realizarem seu curso receberão uma bolsa-ofício, além de terem todos os materiais das oficinas oferecidos de maneira gratuita. Os cursos contam com investimentos do Senai-SP e do Sindicato da Construção Civil, Sinduscom, valioso parceiro.

A Estação Ferroviária de Mairinque
A estação ferroviária de Mairinque apresenta características próprias. Uma delas é que o prédio está localizado em um aterro elevado, implantado entre duas linhas férreas, Estradas de Ferro Sorocabana e Ituana, constituindo uma estação-ilha, tipologia explorada pelo arquiteto Victor Dubugras e pouco encontrada na malha ferroviária do Estado de São Paulo.

Outra característica é a solução simétrica do edifício, que organiza as funções principais de uma estação ferroviária. Num extremo localizava-se o bar e restaurante para atendimento aos usuários em trânsito, contando inclusive com uma adega subterrânea. No extremo oposto ficava o armazém das encomendas que deveriam ser transportadas pela ferrovia. No centro, ficava o saguão público que abrigava os guichês das bilheterias e o gabinete do chefe da estação. Na área intermediária, entre o armazém e o saguão central, situava-se o conjunto de sanitários, a área privativa reservada às senhoras e as escadas de acesso ao pavimento superior, onde se encontrava o almoxarifado. Na outra área intermediária oposta localizavam-se apenas as escadas que davam acesso ao telégrafo, situado no pavimento superior.

O tombamento da estação de Mairinque, concretizado em 28 de outubro de 1986, atestam o ineditismo desta obra, ressaltando o pioneirismo no uso do concreto armado em nosso país, elevando a estação à categoria de primeira obra moderna realizada no Brasil, onde pela primeira vez o concreto armado foi empregado dentro de sua potencialidade plástica, segundo cálculos estruturais corretos e atendendo a um programa ferroviário que, se não era novo, era ligado a uma recente vida na região que naqueles dias era praticamente vinculada ao mundo do transporte.

A estação de Mairinque é um dos mais importantes monumentos históricos ferroviários do Brasil, e de um dos mais antigos edifícios em todo o mundo a ser construído com uma linguagem plástica moderna.



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