Um 'problema' que já vem de muito tempo nos
trens metropolitanos de São Paulo, o comércio ambulante volta a ganhar força
durante as rotineiras viagens da CPTM. À bordo de composições nem sempre vazias,
é possível comprar quase de tudo, da mão de ambulantes que aumentam suas rendas
com um verdadeiro mercado livre ferroviário.
Diga-se a verdade, nunca houve um verdadeiro
combate efetivo por parte da CPTM nem de qualquer outra empresa ferroviária
anterior à esta, contra os mesmos. A empresa achou interessante, numa época mais
abrilhantada, passar a bola para o usuário denunciar essas práticas, através de
SMS-Denúncia. Porém, a idéia está ruindo cada vez mais, pois o serviço mostra-se
cada vez mais ineficiente. Quem gosta da notícia são os ambulantes, que aumentam
sua gama de produtos e continuam faturando alto nas viagens.
Durante todo esse tempo como usuário e
funcionário que já fui, vi um verdadeiro shopping à bordo. Quando criança, me
lembrava dos famosos chocolates Nestlé (Chokito e Prestígio), que eram
comercializados à bagatela de R$ 0,25 cada. O Suflair, mais clássico, era
vendido à R$ 1,00 cada. Além, era possível adquirir amendoins, balas, pilhas,
rádios, pentes, afiadores de faca, acendedores de fogão, escovas de dentes,
cremes dentais, utensílios domésticos... Isso somente na linha que uso
habitualmente (antiga Linha D, atual Linha 10-Turquesa). Mais recentemente,
achei impressionante um ambulante vendendo desodorante da marca Gillette, por R$
3,00 (nos supermercados, não se encontra por menos de R$ 7,00 tal
produto).
Pessoas mais vividas de sistema dizem que até
mesmo leite Ninho e marmitas eram vendidas nos trens. Mas a grande verdade é a
seguinte: os usuários vêem nos ambulantes, uma oportunidade prática e barata de
comprar produtos. O que mais indago, como usuário, é a procedência dos produtos.
Pode acontecer de alguns souvenirs serem provenientes de cargas roubadas, e os
usuários agem como cúmplices e receptadores desse crime. Ainda assim, o comércio
rola solto nos trens, diariamente. Por mais que exista a tal proibição, já vimos
até mesmo seguranças na estação de Pirituba comprando água de ambulantes.
Se a questão é vencer o problema, que se faça
uma política de incentivo à exclusão dos ambulantes. Ampliar o número de Agentes
de Segurança e colocar os mesmos à bordo, sempre em duplas, em cada carro. Além
de evitar qualquer problema em relação à ambulantes, evitam também vandalismos e
destruição dos trens, em qualquer horário. Não adianta em nada colocar segurança
terceirizada, porque eles também participam do movimento. Se for para deixar a
coisa acontecer, legalizem os ambulantes, cadastrando quem deve participar
ativamente da brincadeira, cobrando uma taxa de participação (algo que gire em
torno de 10% do lucro mensal obtido). Ainda assim, com fiscalização, para não
virar uma bagunça maior do que é hoje.
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