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Cerca de 3.600 pessoas perderam o emprego nos cinco primeiros meses do
ano em todo o Alto Tietê. Isso significa que vinte e quatro pessoas
foram demitidas por dia entre os meses de janeiro a maio. Reflexos de
uma recessão econômica que vem judiando dos brasileiros e que já foi
comparada, por alguns economistas, com a pior das crises: a de 1929.
“Muita gente sendo demitida, recebendo Seguro Desemprego. Está complicado” disse o bancário Benevides Ribeiro.
O desemprego gera consequências em uma economia com menos postos de
trabalho. Um dos reflexos está no setor de transporte coletivo. Os trens
das Linhas 11-Coral e 12-Safira, da CPTM, por exemplo, transportaram
de Janeiro a Maio de 2016, comparando com os mesmos meses de 2015,
cerca de 3.150.000 pessoas a menos. Gente que perdeu o emprego e por
isso não precisa mais andar de trem todos os dias.
Foi o que aconteceu com o vendedor Marconi Nascimento. Antes de perder o emprego ele ia pra Mogi das Cruzes
de trem todos os dias. Agora usa o transporte umas duas vezes na semana
pra procurar trabalho. “Tem que pedir dinheiro emprestado para poder ir
atrás de trabalho. Minha rotina diminuiu bastante”.
O que aumentou nos últimos meses foram os pedidos do Bilhete do
Desempregado. Uma isenção que a CPTM dá por 90 dias pra quem perdeu o
emprego. E esse número de solicitações cresceu 31% de Janeiro a Maio de 2016, comparando com o mesmo período de 2015. Em 2016, já foram
registradas 19.749 solicitações. No mesmo período do ano passado,
15.025.
Só as linhas que atendem o Alto Tietê foram responsáveis, este ano, por
9.125 passagens para desempregados. E pra quem anda de ônibus a
situação não é muito diferente.
Esta empresa de ônibus atua em três cidades do Alto Tietê. Segundo o
coordenador operacional, Alexandre Parizi, comparando os meses de Janeiro
a Maio de 2016 com o mesmo período de 2015 houve uma queda de quase 7%
no número de pessoas transportadas. “Podemos atribuir uma boa parte a
questão do desemprego. O empregador a nível de investimento, contrata
menor. O empregado não consegue arrumar ou posto rapidamente”, disse
Reflexos de uma economia que parou. De um país que hoje possui cerca de
11 milhões de desempregados. Mas que também tem gente que sempre
acredita. Que não deixa de confiar que a vida vai melhorar. “Não era
difícil assim. Hoje não sobre dinheiro pra nada”, disse Maria Helena
Machado.
Sobre o Bilhete do Desempregado da CPTM, o benefício só vale para quem
perdeu o emprego há no mínimo um mês e no máximo 180 dias, desde que a
pessoa tenha registro em carteira de pelo menos 6 meses contínuos de
trabalho.
Fonte da Notícia: G1
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