A CPTM afastou o
gerente de Engenharia de Manutenção, Henry Munhoz, após a revelação de
e-mails de 2011 obtidos pelo jornal Folha de São Paulo que
mostram que o funcionário da estatal de trens tinha relações comerciais
com as empresas acusadas de fazer parte do cartel que atuou no Estado de
São Paulo entre 1998 e 2008.
A publicação já havia revelado em 12 de outubro a
descoberta de uma mensagem eletrônica de 2001, que apontava que Munhoz,
na época assistente técnico da CPTM, havia dado informações
confidenciais sobre os planos da estatal à empresa MGE, investigada pelo
Cade e garantido que
iria ajudá-la a realizar os projetos que lhe interessavam.
Os novos e-mails revelados pelo joral foram encontrados em outra empresa acusada de fazer parte do cartel, a Temoinsa.
As primeiras mensagens foram trocadas entre Munhoz e um
funcionário da empresa MPE - outra companhia investigada -, Rodrigo
Lobo, em Janeiro de 2011. Na mensagem do dia 7, Lobo pedia a Munhoz a
apresentação de uma "proposta comercial" no valor de R$ 7,3 milhões para
a prestação de serviços de substituição de peças de uma das frotas do
Metrô.
Em mensagem de 13/01/2014, Munhoz respondeu que "o
orçamento para a prestação de serviços ficou em R$ 154.800, dividido em
24 parcelas mensais de R$ 6.450" e que um empecilho para a realização do
negócio poderia ser resolvido com a participação da empresa Temoinsa.
Em outro e-mail, o executivo desta empresa, Wilson Daré,
sugere a Rodrigo Lobo a elaboração de um contrato de prestação de
serviços entre a MPE e a empresa Fator, ao que tudo indica, relacionada à
Temoinsa, para que o impasse "dos faturamentos solicitados" por Munhoz
fosse solucionado.
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Os e-mails aos quais a Folha de São Paulo
teve acesso foram encontrados em julho de 2013 durante as investigações
iniciais sobre o cartel dos trens, iniciadas em maio do mesmo ano após a
multinacional Siemens revelar ao Cade participação no esquema.
Questionada pela Folha sobre os e-mails obtidos
pela reportagem, a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos
afirmou que uma sindicância interna foi aberta para que os fatos possam
ser investigados.
Fonte da Notícia: Portal Terra/Folha de São Paulo
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