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domingo, 29 de junho de 2014

Procurador-Geral arquiva investigação contra Ex-Governador no caso do Cartel da CPTM/Attorney General files investigation against former Governor in the CPTM Cartel Case

A Procuradoria-Geral de Justiça arquivou investigação contra o ex-governador de São Paulo José Serra (2007/2010), do PSDB, por suposto envolvimento com o cartel metroferroviário. Para a cúpula do Ministério Público Estadual, o tucano não teve participação em conluio para que a CAF fosse vencedora de concorrência da CPTM destinada à compra e reforma de trens no âmbito do Projeto Boa Viagem.

“Passados mais de cinco anos desde a instauração do inquérito civil pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social não foram até o momento identificados indícios de envolvimento do ex-governador José Serra na prática de atos de improbidade administrativa relacionados ao Projeto Boa Viagem”, cravou, em despacho de 7 páginas, o procurador-geral Márcio Fernando Elias Rosa.

Para Elias Rosa, essa constatação “torna ilógico o prosseguimento do feito” sob sua responsabilidade, “ressalvada a hipótese de surgimento de novas provas que situem os fatos na órbita de apreciação do Procurador-Geral de Justiça”.

A promoção de arquivamento do inquérito civil 648/08 foi encaminhada na semana passada ao Conselho Superior do Ministério Público, colegiado da instituição que tem poderes para homologar ou rejeitar a medida. O Conselho é formado por onze integrantes, sob presidência do chefe do Ministério Público.

O caso chegou às mãos do procurador geral em fevereiro de 2014 a partir de representação da Promotoria de Defesa do Patrimônio apontando “indícios” da participação de Serra no conluio que, segundo a multinacional alemã Siemens, predominou em São Paulo no período entre 1998 e 2008. Por meio de acordo de leniência firmado em maio de 2013 com o Cade, órgão antitruste do governo federal, a empresa citou cinco grandes projetos da CPTM e do Metrô. Um deles, o Boa Viagem.

A Lei Orgânica do Ministério Público paulista prevê que cabe exclusivamente ao procurador-geral investigar ex-governador e governador nos casos de improbidade.

A Promotoria amparou sua petição ao procurador-geral no depoimento do ex-diretor da Siemens Nelson Branco Marchetti, em novembro de 2013, à Polícia Federal. O executivo é um dos seis lenientes que subscrevem o pacto da Siemens com o Cade. Ele afirmou ter se reunido com o então governador em 2008 em uma feira na Holanda.

Segundo Marchetti, o tucano lhe disse que, caso a Siemens conseguisse na Justiça desclassificar a empresa espanhola CAF em uma licitação de compra de trens da CPTM, o governo iria cancelar a concorrência porque o preço da multinacional alemã era 15% maior. “No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”, afirmou o executivo.

Para o procurador-geral, no entanto, o relato do ex-diretor da Siemens “longe de levantar suspeita contra o ex-governador, revela, ao contrário, a justa preocupação do chefe do Executivo em relação aos prejuízos que poderiam advir ao Estado caso a proposta vencedora do certame, apresentada pela empresa CAF, fosse desqualificada em virtude de medidas judiciais intentadas pela Siemens”.

Elias Rosa alerta que os fatos mencionados pelo executivo ocorreram entre os meses de fevereiro de 2007 e dezembro de 2008, ao passo que os dez contratos relativos ao Projeto Boa Viagem – alvos do inquérito civil 648/08 – foram todos firmados em 2005, “época em que José Serra não era governador de São Paulo”. O mandato do tucano iniciou-se em janeiro de 2007 e findou em 2 de abril de 2010.

A investigação já havia sido arquivada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio, decisão homologada pelo Conselho Superior em junho de 2010. “Vale lembrar que os fundamentos do arquivamento promovido pela Promotoria do Patrimônio consistiram, em suma, na ausência de prova de ocorrência de atos ilícitos na licitação e no contrato”, destaca Elias Rosa. “Não se cogitou, sequer em tese, a participação do governador em atos de corrupção.”

Em fevereiro de 2014, a Promotoria pediu ao Supremo Tribunal Federal cópia em mídia digital do inquérito 3815, aberto originalmente pela Polícia Federal para investigar suposta prática de corrupção envolvendo agentes públicos e dirigentes de multinacionais em procedimentos licitatórios e contratos da área de transporte de massa em São Paulo.

O procurador-geral assinala que os autos chegaram às suas mãos sob o argumento de que fatos novos evidenciados no inquérito 3815 do STF “revelariam indícios de envolvimento do ex-governador José Serra na prática de atos de corrupção em licitações e contratos do sistema metroferroviário de São Paulo”.

Ao decretar o arquivamento da investigação, o chefe do Ministério Público também encontra suporte na ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que separou os autos da investigação sobre o cartel, mantendo sob a tutela da Corte apenas a parte relativa àqueles que detêm prerrogativa de foro, no caso, os deputados federais Rodrigo Garcia e José Aníbal. “A recente decisão não fez referência alguma ao ex-governador José Serra.”

Fonte da Notícia: Estadão 

The Attorney General of Justice investigation filed against former São Paulo governor José Serra (2007/2010), the PSDB, for alleged involvement with the cartel metroferroviário. The dome of the State Prosecutor, the toucan did not participate in collusion to be winning the CAF competition CPTM for the purchase and refurbishment of trains under the Good Travel Project.

"After more than five years since the establishment of the civil investigation by the Prosecutor's Office of Public and Social Equity were not yet identified evidence of involvement of former Governor José Serra in acts of improper conduct relating to Good Travel Project" dug in order for 7 pages, the attorney General Márcio Fernando Elias Rosa.

To Elias Rosa, this finding "makes unreasonable continuation of deed" under his responsibility, "except in the case of the emergence of new evidence that place the facts in orbit assessment of the Attorney General of Justice."

Promoting filing civil investigation 648/08 was referred to the last Board of the Public Prosecution, the collegiate institution that has the power to approve or reject the measure week. The Council is comprised of eleven members, under the chairmanship of the Chief Public Prosecutor.

The case reached the hands of the attorney general in February 2014 from the representative of the Prosecutor Defence Heritage pointing "evidence" of the involvement of the Sierra Stunt, according to the German multinational Siemens, predominated in São Paulo between 1998 and 2008 . through the leniency agreement signed in May 2013 with Cade, antitrust agency of the federal government, the company cited five major projects CPTM and Metro. One of them, Boa Viagem.

The Organic Law of the Public Ministry of São Paulo provides that exclusively belongs to the attorney general to investigate ex-governor and governor in cases of misconduct.

The prosecution bolstered its application to the Attorney General on the testimony of the former director of Siemens Nelson White Marchetti, in November 2013, the Federal Police. The executive is one of six lenient subscribing the covenant of Siemens with Cade. He said he met with the governor in 2008 at a trade show in the Netherlands.

According to Marchetti, the toucan told him that if Siemens could disqualify Justice in the Spanish company CAF in a bid to purchase the CPTM trains, the government would cancel the competition because the price of the German multinational was 15% higher. "The announcement was the requirement of a paid-up capital that CAF did not possess. Still, the governor (José Serra) and their secretaries did everything to defend the CAF, "said the executive.

To the attorney general, however, the account of a former director of Siemens' far from raising suspicion against the former governor, reveals rather the justified concern of the chief executive in relation to damage that might ensue if the State the winning bid of the event, presented by the company CAF, was disqualified because of legal action brought by Siemens. "

Elijah Rose warns that the facts mentioned by the executive occurred between the months of February 2007 and December 2008, while the ten contracts for Good Travel Project - targets the civil investigation 648/08 - were all made ​​in 2005, "season that José Serra was not governor of São Paulo. "The mandate of the toucan started in January 2007 and ended on April 2, 2010.

The investigation had already been filed by the District Attorney's Defence Heritage, decision approved by the Board in June 2010. "Remember that the fundamentals of archival promoted by Attorney Heritage consisted, in short, in the absence of evidence of the occurrence of wrongdoing in the bidding and contract, "says Elias Rosa. "No one thought, even in theory, participation in the Governor acts of corruption."

In February 2014, the prosecutor asked the Supreme Federal Court in digital print media survey 3815, originally opened by the Federal Police to investigate alleged corrupt practices involving public officials and leaders of multinational bidding procedures and contracts in the area of mass transit in Sao Paulo.

The Attorney General notes that the cars arrived at their hands under the argument that new facts disclosed in the investigation of the 3815 Supreme Court "would reveal evidence of involvement of former Governor José Serra in acts of corruption in procurement and contracts metroferroviário system São Paulo ".

Decreeing archiving of research, the chief prosecutor also finds support in the order of the Minister Marco Aurelio Mello, the Supreme Court, which broke the record of the investigation into the cartel, keeping under the supervision of the Court only the part relating to those prerogative to hold court in the case, the deputies Rodrigo Garcia and Jose Anibal. "The recent decision made ​​no to the former governor José Serra reference."


Source of News: Estadão

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