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quinta-feira, 6 de março de 2014

Diretor da CPTM garantiu que Siemens venceria projeto, diz testemunha ao MP

O ex-executivo da Siemens que deu origem às investigações sobre a formação de cartel na compra e manutenção de trens do Metrô e da CPTM, em São Paulo, afirmou nesta terça-feira, em seu primeiro depoimento dado ao MP-SP, que o então diretor de Operações da CPTM, João Roberto Zaniboni, o chamou à sede da empresa, para lhe garantir que a Siemens venceria a licitação do projeto S3000 algumas semanas antes da entrega da proposta. As informações são do Jornal Nacional. 
O executivo, identificado apenas como senhor A, foi diretor da área de transportes ferroviários da empresa entre setembro de 2001 e março de 2007. Segundo ele, as irregularidades nas licitações ocorreram entre 1998 e 2008, durante os governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB. 

De acordo com a testemunha, o edital da concorrência dos trens das séries 2100 e 3000 já estava em vigor quando uma reunião com representantes de todos os concorrentes foi marcada na sede da empresa Alstom. Segundo a denúncia, a divisão dos projetos já havia sido acertada. Ele afirmou que a Siemens apresentou uma proposta para a manutenção da série S2000 para vencer o projeto S3000 depois.

Segundo o ex-executivo da Siemens, uma terceira reunião teria acontecido na sede da consultoria de Arthur Teixeira. Ele, que é investigado na Suíça por lavagem de dinheiro, se dizia representante da CPTM. Além da Siemens, executivos de outras cinco empresas teriam participado da reunião, onde o resultado da disputa foi acertado. 

De acordo com a denúncia, nas reuniões, as empresas definiram os preços a serem apresentados. A proposta vencedora deveria ser um pouco abaixo do valor de orçamento, e a proposta de cobertura um pouco acima do preço daquele que venceria, segundo o ex-executivo. O que foi combinado foi o que ocorreu ao final da licitação.

Segundo o jornal, a CPTM afirmou colaborar com as investigações. João Roberto Zaniboni negou as acusações e afirmou que não soube, não incentivou nem participou de qualquer acordo. A Alstom declarou que colabora com as investigações, e negou ter combinado preços. Já a Siemens disse que sempre colaborou com as investigações e o PSDB afirmou que espera a apuração dos casos, para que possa punir os culpados.

Fonte da Notícia: Portal Terra

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