O ex-executivo da Siemens que deu origem às
investigações sobre a formação de cartel na compra e manutenção de trens
do Metrô e da CPTM,
em São Paulo, afirmou nesta terça-feira, em seu primeiro depoimento
dado ao MP-SP, que o então diretor de
Operações da CPTM, João Roberto Zaniboni, o chamou à sede da empresa,
para lhe garantir que a Siemens venceria a licitação do projeto S3000
algumas semanas antes da entrega da proposta. As informações são do Jornal Nacional.
O executivo, identificado apenas como senhor A, foi
diretor da área de transportes ferroviários da empresa entre setembro de
2001 e março de 2007. Segundo ele, as irregularidades nas licitações
ocorreram entre 1998 e 2008, durante os governos de Mário Covas, Geraldo
Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
De acordo com a testemunha, o edital da concorrência dos
trens das séries 2100 e 3000 já estava em vigor quando uma reunião
com representantes de todos os concorrentes foi marcada na sede da
empresa Alstom. Segundo a denúncia, a divisão dos projetos já havia sido
acertada. Ele afirmou que a Siemens apresentou uma proposta para a
manutenção da série S2000 para vencer o projeto S3000 depois.
Segundo o ex-executivo da Siemens, uma terceira reunião
teria acontecido na sede da consultoria de Arthur Teixeira. Ele, que é
investigado na Suíça por lavagem de dinheiro, se dizia representante da
CPTM. Além da Siemens, executivos de outras cinco empresas teriam
participado da reunião, onde o resultado da disputa foi acertado.
De acordo com a denúncia, nas reuniões, as empresas
definiram os preços a serem apresentados. A proposta vencedora deveria
ser um pouco abaixo do valor de orçamento, e a proposta de cobertura um
pouco acima do preço daquele que venceria, segundo o ex-executivo. O que
foi combinado foi o que ocorreu ao final da licitação.
Segundo o jornal, a CPTM afirmou colaborar com as
investigações. João Roberto Zaniboni negou as acusações e afirmou que
não soube, não incentivou nem participou de qualquer acordo. A Alstom
declarou que colabora com as investigações, e negou ter combinado
preços. Já a Siemens disse que sempre colaborou com as investigações e o
PSDB afirmou que espera a apuração dos casos, para que possa punir os
culpados.
Fonte da Notícia: Portal Terra
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