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sexta-feira, 10 de junho de 2016

EMTU tem 15 dias para prestar esclarecimentos sobre irregularidades no VLT da Baixada Santista

Composição do VLT da Baixada Santista
A EMTU tem o prazo de quinze dias para prestar informações e esclarecimentos sobre possível irregularidade na obra do VLT, em trecho compreendido entre 50 metros antes da Avenida Conselheiro Nébias até o Pátio Porto, em Santos. A decisão foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado.

O TCE julga a licitação e o contrato com o Consórcio Expresso VLT Baixada Santista II, firmado em Julho de 2014 no valor inicial de R$ 90.804.746,42, cujo prazo de conclusão da obra era de oito meses (Fevereiro de 2015). O processo foi aditado e o valor do contrato alterado para R$ 112.796.488,31, com término do empreendimento previsto para 20/03/2016. O órgão afirma, no despacho de ontem, que já havia feito questionamentos à EMTU, porém as justificativas apresentadas pela empresa não foram integralmente aceitas sendo proposto o julgamento de irregularidades da licitação e do contrato.

Entre as possíveis irregularidades apontadas pelo TCE, e não respondidas de forma suficiente pela EMTU, estão os valores orçados para o canteiro de obras, que apresentam diferenças acentuadas entre o orçamento e a contratação (os valores contratados representam 25% do valor orçado); o fornecimento de trilhos, que apresentou cotação de apenas um fornecedor; a aquisição de equipamento de pátio, que totaliza mais de R$ 12,8 milhões e o fato da EMTU não ter apresentado pesquisas e cotações requisitadas (neste quesito a companhia se limitou a responder que o Termo de Referência continha as informações e que se tratando de equipamento metroviário não necessitaria de especificações minuciosas).

Com relação ao aditamento do contrato, o TCE questiona que o mesmo foi feito após dois meses do prazo estipulado inicialmente para a conclusão da obra. Além disso, a alteração do valor do contrato - 26,98% de acréscimo - mesmo com a exclusão de 2,80% dos serviços (existentes e novos), representariam 24,21% no valor. A EMTU respondeu ao órgão que a prorrogação do prazo foi necessária devido “à morosidade de liberação de áreas da CET ”, no entanto não apresentou documento que comprovasse o atraso debitado à mesma.

Questiona o TCE ainda a divergência entre valores licitados e contratados para serviços de acabamento entre trilho, passagem de nível e terraplanagem. Segundo o órgão, as justificativas apresentadas pela EMTU somadas às irregularidades encontradas no processo demonstram falta de planejamento adequado das obras. Procurada, a EMTU não se manifestou sobre o assunto.

Obras de expansão do VLT da Baixada Santista
Prazo para entrega da obra comemorou ‘aniversário’ de dois anos em Maio de 2016

Dia 29/05/2016 completou mais um ano do prazo estabelecido para entrega da primeira fase do VLT. No total, o término da obra está atrasado em 24 meses, o triplo do tempo inicialmente estabelecido para a construção. O TCE questiona se a obra foi, de fato, concluída em 20/03/2016, como previsto na prorrogação contida no Termo Aditivo, além de pedir esclarecimentos sobre os acréscimos nos serviços, o que pode ter gerado prejuízos financeiros para a Administração.

Iniciada em 29/05/2013, o prazo inicial para execução dos serviços era de 12 meses. De acordo com a EMTU, a nova previsão para término da obra civil é outubro deste ano.

Parte do atraso (oito meses) se deve, de acordo com a EMTU, às paralisações solicitadas pelo Ministério Público nas obras civis no trecho da Avenida Francisco Glicério, entre as proximidades do Canal 1 e Avenida Conselheiro Nébias. O assunto foi encerrado em última instância jurídica com a constatação de que não houve alteração no projeto.

Outros entraves foram relacionados às questões de engenharia na construção do Viaduto Antonio Emmerich, em São Vicente, e no Túnel José Menino, em Santos, além de interferências de solo não cadastradas nas Prefeituras de Santos e São Vicente.

De acordo com EMTU, o valor das obras civis é de R$ 591 milhões, sendo parte desse valor referentes as obras em São Vicente; parte para obras complementares e parte destinada para as obras civis da Avenida Conselheiro Nébias/Rua Campos Mello até o Pátio do Porto, fase que está sendo questionada pelo Tribunal de Contas do Estado.

Integração

O início da integração do VLT com as linhas intermunicipais está previsto para começar neste mês de Junho de 2016. Preliminarmente serão 37 linhas gerenciadas pela EMTU e que circulam no raio de 400 metros ao longo da linha do VLT. No primeiro momento a integração será voluntária, ou seja, o usuário poderá optar em continuar a sua viagem na linha de ônibus ou fazer a integração com o VLT.  A integração com as linhas municipais deve ocorrer a partir de Dezembro de 2016. A EMTU já iniciou tratativas com as prefeituras de São Vicente e Santos sobre o assunto.

Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
Imagem 1: Blog Ponto de Ônibus
Imagem 2: Nierley Silva

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