O chefe e seu funcionário pegam a locomotiva e voltam para o Rio de Janeiro em uma viagem de 7 horas
- Puxa, demoramos mais para chegar do que para ir
- Pois bem, com essas chuvas, não deu para circular direito
- Concordo, mas não poderia ficar lá mais nenhum dia
- Por quê?
- Porque aquela plebe já estava me irritando a cada minuto que passara
- Mas, senhor, o que pensa em fazer? Vai dar a indenização necessária para essa gente?
O chefe dá risada e se faz de sínico
-
Nunca, nunca vou dar o que eles pedem. Aqui no Brasil é os ricos que
mandam e os pobres que se contentem com a sobras dos ricos
- Mas senhor, pense que muitas dessas pessoas são pobres e ainda irão carregar am orte dos chefes de família nas costas
- Isso não é problema meu
- O senhor deveria pensar melhor em suas atitudes
- Está me contrariando?
- Não senhor, só digo o que é justo na sua cara, não sou de falar mal de ninguém pelas costas
- Escuta aqui, seu morto de fome, você não precisa trabalhar para mim, só trabalha aqui porque eu permito por dó, porque se fosse pelas broncas que me deu, já estaria no olho na rua há muito tempo
- Está certo senhor, me desculpe e prometo que não irei mais tocar nesse assunto com o senhor. Com licença
- Assim eu gosto seu pobretão morto de fome
Passam-se os dias, o pessoal que perdeu entes de sua família no acidente estão em SP aguardando a resposta e o começo da distribuição de dinheiro por parte da EFCB
Passam-se 1 mês e nada acontece, o líder do povo resolve protestar e denunciar o presidente a EFCB
Durante reunião no escritório, o presidente da companhia ferroviária recebe uma carta da Justiça
"Caro senhor!
Pedimos que compareça ao tribunal de contas de SP para pagar aos familiares dos óbitos provocados no acidente com um trem da sua companhia
Aguardamos sua vinda em 15 dias
Tribunal Superior de Justiça de São Paulo"
O chefe da ferrovia fica paralisado com a notícia
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