Há
exatos treze anos, acontecia o pior acidente da história da CPTM. Na
estação de Perus, da então Linha A (atual Linha 7-Rubi), uma composição
foi atingida por um trem desgovernado, causando a morte de nove
passageiros, e provocando ferimentos em 124 outros usuários.
No
final de 2012, a CPTM foi
condenada a indenizar as 124 pessoas que ficaram feridas e familiares
dos nove mortos do maior acidente ferroviário da história da São Paulo.
Segundo
laudo da perícia, e da sindicância realizada pela CPTM na época, foi
apontada culpa do maquinista Osvaldo Pierucci, que não teria tentado
calçar o trem, que começou a se locomover da estação Jaraguá.
A composição, da série 1700 (unidade 1740), estava estacionada sentido Francisco Morato, e como trata-se de um trecho de descida, começou a se locomover, onde houve perda do controle. Tudo isso causado graças à uma queda no fornecimento de energia elétrica (algo que era comum na época). O procedimento padrão seria calçar o trem, a fim de evitar sua movimentação involuntária. Mas não havia calços no trem, o que fez com que a composição de construção Mafersa entrasse em movimento (seus freios não foram capazes de segurar a composição).
O
trem 1740 iniciou o movimento, e ganhou velocidade no trecho entre
Jaraguá e Perus, que tem cerca de 5 quilômetros. Ao apontar na curva de
Perus, estava estacionado o trem da série 1100 (unidade 1103-1118), que
foi fatalmente atingido, sem que houvesse tempo de retirar os usuários
da composição 1103, mesmo após os pedidos desesperados do maquinista
Pierucci através do rádio, em comunicação com o Centro de Controle
Operacional.
Durante
depoimentos, o maquinista havia afirmado que tentou improvisar travas
com pedaços de madeira, para evitar a movimentação do trem 1740. A
comissão de sindicância da CPTM, por sua vez, informou não ter
encontrado vestígios de madeira no local do acidente, e que portanto, a
tentativa de frear o trem não teria acontecido.
O
diretor de operações da época, João Zaniboni, disse em uma entrevista
algo bastante forte, que não reflete nada: ''temos que aprender com as
fatalidades''. Palavras do secretário de transportes metropolitanos,
Cláudio de Senna Frederico: 'se o maquinista tivesse cumprido as normas,
não teria acontecido o acidente. O trem estava parado, não foi calçado,
e desceu a ladeira' (Folha Online, 12.08.2000). Mas fica a dúvida: o
trem precisava ser calçado para não descer?
A
CPTM atribuiu a tragédia a um ato de vandalismo. Sindicância interna
apontou que houve ação direta de pessoa não identificada no
destravamento dos freios de estacionamento enquanto o trem aguardava
reparo. Osvaldo Pierucci chegou a ser responsabilizado por autoridades
estaduais, mas a apuração foi contestada pelo Instituto de
Criminalística. Laudo final do IC concluiu que a culpa pelo acidente era
da CPTM. Entre as causas estava o fato de que "não havia calços
adequados e disponíveis nas cabines de comando da composição".
Na época, a CPTM divulgou nota oficial com as seguintes informações:
1. Às 19h15, ocorreu, por motivos ainda indeterminados, queda da rede de alimentação elétrica dos trens, entre Jaraguá e Perus, na Linha A (Brás-Francisco Morato). O problema ocasionou interrupção na circulação de trens nas duas vias existentes, motivando o acionamento, pela CPTM, da Operação PAESE (Programa de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) para transportar, por ônibus, os passageiros no trecho afetado entre Pirituba e Perus. Simultaneamente, o Centro de Controle Operacional (CCO) da CPTM passou a operar os trens nas extremidades da linha, entre Brás e Pirituba e entre Perus e Francisco Morato.
2. Uma composição, já evacuada, permaneceu estacionada com seu maquinista e auxiliar a bordo, entre Jaraguá e Perus, seguindo os procedimentos usuais de segurança, com o acionamento de freio de serviço e de estacionamento e rodas do trem calçadas.
3. Às 21h15, o maquinista informou ao CCO que o trem estava se movimentando e tentou brecá-lo novamente. Ciente do risco de colisão com outro trem, estacionado na plataforma de Perus, embarcando passageiros com destino a Francisco Morato, tomou as seguintes providências:
- Chamou, via rádio, o maquinista do trem estacionado em Perus para que este procurasse movimentar a composição no sentido de Francisco Morato. Infelizmente, não foi possível realizar a fuga devido ao rompimento da rede aérea, provocado pelo trem desgovernado.
- Diante do perigo iminente, o maquinista do trem descontrolado, após tentativa de calçá-lo, pediu, sem sucesso, por rádio, a evacuação do trem estacionado em Perus.
- Como medida extrema, o CCO tento evitar o choque dos trens com o acionamento de chave de desvio de via visando descarrilar a composição sem passageiros. A iniciativa foi infrutífera Diante de todas as informações que tivemos acesso, tirou-se algumas conclusões:
- Os trens série 1700 não eram dotados de sistemas de freios confiáveis (tanto que em 1995, uma composição rodou desgovernada entre Vila Clarice e Piqueri)
- A rede aérea sofreu queda de energia, a terceira naquela semana. Não havia manutenção corretiva.
- O secretário de transportes foi um tanto enfático ao criticar a CPTM, jogando toda a culpa na empresa, visto que a Companhia é subordinada do estado.
- Após o acidente, medidas cautelares foram tomadas, algo que deveria ser feito com maior regularidade.
Atualmente
A estação foi
reconstruída, usando a mesma base de antes. Não foi necessária uma obra
de grande magnitude, e ainda é possível observar os prédios históricos
preservados. As plataformas ganharam cobertura, e a passarela foi
recolocada em seu lugar (nas primeiras imagens, é possível ver a
passarela derrubada, com o impacto dos trens).
O fluxo de passageiros aumentou muito desde 2000, fazendo da Linha 7-Rubi uma das mais movimentadas do sistema. Com a chegada de alguns trens novos, iniciou-se a mudança de imagem da CPTM, que investe para garantir um transporte de qualidade para seus usuários.
O fluxo de passageiros aumentou muito desde 2000, fazendo da Linha 7-Rubi uma das mais movimentadas do sistema. Com a chegada de alguns trens novos, iniciou-se a mudança de imagem da CPTM, que investe para garantir um transporte de qualidade para seus usuários.
Os
trens envolvidos no acidente de Perus foram perdidos, pois a colisão
destruiu ambos. Na imagem acima, nota-se dois exemplares iguais das
frotas envolvidas: série 1100 e série 1700. Esses trens não deixaram de
circular em nenhum momento na Linha 7, onde prestam serviços com grande
destreza. A mudança, de 2000 para cá, foi a modernização da série 1700,
que passou por revisão geral, ganhando inclusive, novos sistemas de
freios, mais seguros e confiáveis que os anteriores.
Nomes dos óbitos
Arnaldo Alves Santos, 39 anos;
Daniele Carachesque Vieira, 11 anos;
Elzo de Jesus Santos;
Leandro Pereira Bernardes, 20 anos;
Luiz Ferreira Lima, 44 anos;
Paulo Martuchi, 60 anos;
Redva Maria dos Santos Santana, 35 anos;
Selmo Quintal, 24 anos;
Maria Bernadete dos Santos.
Arnaldo Alves Santos, 39 anos;
Daniele Carachesque Vieira, 11 anos;
Elzo de Jesus Santos;
Leandro Pereira Bernardes, 20 anos;
Luiz Ferreira Lima, 44 anos;
Paulo Martuchi, 60 anos;
Redva Maria dos Santos Santana, 35 anos;
Selmo Quintal, 24 anos;
Maria Bernadete dos Santos.
Fonte da Notícia: Folha de São Paulo
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