O projeto de parceria público-privada que está sendo comandado
pelo governo do Estado para implantar dois corredores de trens
intercidades de passageiros, um deles cortando a Região Metropolitana de
Campinas (RMC), ligando Americana a Santos, está atraindo os quatro
fornecedores de trens instalados no Brasil e mais dois que estão
chegando.
A Bombardier e a CAF, com plantas em Hortolândia, além da Alstom e
Siemens, já estão desenvolvendo estudos para avaliar o potencial desse
mercado.
A alemã Vossloh, que venceu a licitação para fornecer 22 VLTs ao
sistema que será construído entre Santos e São Paulo, e a Malásia Scomi
Engineering, ganhadora da concorrência internacional para a elaboração
do projeto, fabricação e implantação do sistema de monotrilho para a
Linha 17-Ouro, que ligará a estação São Judas do metrô ao aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, são os novos players do mercado interessados no
trem intercidades. As duas empresas estão se instalando no Brasil para
produzir os equipamentos.
O montante a ser investido é de R$ 18 bilhões, no esquema PPP, sendo
que cerca de R$ 4 bilhões do governo do Estado. Quatroze grupos
empresariais estão interessados na implantação de uma rede integrada e
linhas ferroviárias passando pelas cidades de Santos, Mauá, São Caetano,
Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana, São José dos Campos, Taubaté
e Sorocaba. Os corredores se conectarão a uma estação central na cidade
de São Paulo.
A extensão até Americana tem interessados. O banco de investimentos
BTG-Pactual e a Estação da Luz Participações (EDLP) formaram um
consórcio para realizar estudos de viabilidade de um sistema de trens
intercidades, composto por dois corredores de passageiros. É o maior
empreendimento privado em estudo no País.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse
ontem que essas empresas talvez não se consorciem aos grupos que
disputarão a implantação da infraestrutura, para poderem permanecer no
mercado e negociar a venda dos trens ao grupo vencedor. “Geralmente elas
agem assim, porque não têm interesse em operar os trens, mas sim vender
os equipamentos”, afirmou.
O chamamento público feito pelo governo para a parceria
público-privada atraiu 14 empresas, que se cadastraram, a maioria delas
do setor da construção civil. Até o dia 23 de julho elas têm prazo para
entregar estudos envolvendo projeto de engenharia, estudo de demanda;
análise de viabilidade econômico-financeira; análise dos aspectos
operacionais; análise dos aspectos jurídicos institucionais; modelo de
remuneração da concessionária. Os autores dos estudos que forem
selecionados pelo Estado terão ressarcimento de R$ 5,2 milhões.
Fernandes disse que o otimismo do governo no projeto vem do fato de
que, entre os interessados, está o banco de investimentos BTG-Pactual.
“Esses investidores não entram em projeto que não acreditam. O banco não
é um grupo ligado ao tema, mas que entra para articular quem faz parte
da cadeia produtiva”, afirmou.
A proposta do Trem Intercidades é ligar as quatro regiões
metropolitanas do Estado que formam a chamada Macrometrópole Paulista,
com as regiões de Campinas, São Paulo, Santos e Vale do Paraíba, onde
estão 153 cidades de 30 milhões de pessoas. Essa macrometrópole gera 27%
do PIB do País e reúne 72% da população e 80%
de toda a riqueza gerada no Estado.
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