Pesquisa

domingo, 15 de abril de 2012

Recorde em Trilhos da CPTM e do METRO


Estação Palmeiras Barra Funda

O sistema de trens de passageiros da Região Metropolitana de São Paulo atingiu os 7,1 milhões de pessoas transportadas por dia. A marca é um recorde na média de dias úteis de março e aponta acréscimo de 1,2 milhão de passageiros nos trens da CPTM e do Metrô em relação ao mesmo mês de 2011, quando foram 5,9 milhões. O aumento de 20% na demanda revela que o número de novos usuários na cidade é igual ao total transportado diariamente na rede do Rio.
“Em um ano, crescemos um Rio de Janeiro no sistema”, diz o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. Com toda essa massa em deslocamento nos vagões, o desconforto dos passageiros não tem data para acabar. Pelo menos nos próximos três anos, segundo especialistas, viajar de trem nos horários de pico será tarefa difícil. A cena é comum em estações como Luz, Brás e Pinheiros, que oferecem integração entre Metrô e CPTM, consideradas os principais gargalos nos trilhos.
Em muitos casos, o simples ato de entrar ou sair dos trens ou conseguir um lugar no vagão é uma batalha. A malha tem 89 estações e atende 22 municípios. “Não há como oferecer conforto adequado no pico”, reconhece o secretário. Para ele, a demanda vai aumentar até 9,2 milhões de passageiros por dia em 2014.
Para o professor de ferrovias da Escola Politécnica da USP, Telmo Porto, pico confortável é inviável. “Isso não existe”, diz, destacando que o desconforto dos passageiros não tem solução a curto prazo. Para ele, o forte impacto no fluxo de passageiros pode ser explicado por pelo menos quatro fatores: bilhete único, novas estações do Metrô, aquecimento da economia e política de ocupação do solo da cidade. Tudo isso, segundo Porto, aumenta a pressão sobre uma rede ferroviária que foi construída para demandas bem menores.
O especialista lembra ainda que há anos falta a São Paulo uma visão sistêmica do transporte. “O sistema ferroviário é complexo”, afirma. “Trens, trilhos, subestações, rede elétrica, sinalização. Tudo precisa estar muito ajustado.” Mas Porto está otimista. “Em dois anos estaremos melhor do que hoje”, declara. “Há muitas ações sendo feitas no sistema.”
Para Eluis Alves de Matos, presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, as falhas ocorrem por falta de investimentos. O principal gargalo, segundo ele, é a questão da energia.
Na noite de quarta-feira, quando a chuva fez a cidade bater o recorde de congestionamentos do ano, com 225 km, estações do Metrô, como a Consolação, receberam milhares de pessoas além da previsão. “Foi um recorde naquele dia. De repente, 20 mil pessoas chegaram, além das 600 mil que usam a linha”, recorda o secretário Jurandir Fernandes. “Era o impacto do trânsito parado em avenidas como a Rebouças.”
O professor Telmo Porto, da USP, explica que o limite mundial aceito é o de intervalo de um minuto para cada trem na plataforma, ou 60 mil passageiros por hora. Na CPTM, o limite de intervalo fica em 3 minutos. Nos horários de pico, a companhia opera com espaço de 4 minutos nas estações mais lotadas.
Antonio Scabim no está en línea

Nenhum comentário:

Postar um comentário