Trem Série 8000 (Linha 8-Diamante) da CPTM |
O
Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça sete executivos de empresas do setor ferroviário por formação de
cartel em contrato firmados entre 2009 e 2010. Segundo o promotor
Marcelo Mendroni, do Grupo Especial de Delitos Econômicos, os
denunciados identificados atuavam nas empresas Alstom Transport S/A e CAF S.A. Construcciones Y Auxiliar de Ferrocarriles S.A.
"Basicamente as empresas formaram cartel para tentar dividir os objetos
do contrato R$1,8 bilhão. Eles trocaram mensagems para fazer alianças,
sem concorrência, e por isso a atitude se torna criminosa. Executivos da
Alstom e da CAF nós obtivemos provas. Nas demais nós identificamos
indícios de envolvimento, pois são citadas nas mensagens", disse o
promotor ao G1.
Entre os denunciados, cinco executivos atuavam à ocasião da licitação
na Alstom e dois na CAF S.A.. Em nota, a Alstom informou que "colabora
com as autoridades sempre que solicitada e reafirma que opera de acordo
com o Código de Ética e com todas as leis e regulamentos dos países
onde atua. A prática de cartel ou de qualquer concorrência desleal não é
permitida pelas regras da Alstom. A empresa não teve acesso à
mencionada denúncia e portanto não fará comentários sobre a mesma."
Em nota, a CAF informou que "tem colaborado com as autoridades no
fornecimento de todas as informações, quando solicitadas, e que atua
estritamente dentro da legislação brasileira."
Segundo Mendroni, "as mesmas empresas vão formando cartéis de acordo
com os projetos e as licitações que vão aparecendo. São as mesmas
empresas que detém tecnologia do setor. Elas vão formando os cartéis.
Neste caso, são contratos de 2009/2010 para compra e manutenção de trens
da Linha 8 Diamante da CPTM."
No texto da denúncia, o promotor afirma que há evidências de que integrantes das empresas Siemens Ltda; Bombardier Transportation Brasil Ltda; Tejofran – Empresa Tejofran de Saneamento e Serviços Ltda; Mitsui do Brasil e MGE
– Equipamentos e Serviços Ferroviários Ltda também participaram das
alianças. "Realizaram acordos, convênios, ajustes e alianças, como
ofertantes, mediante fixação artificial de preços para fornecimento e
instalação de sistemas para transporte sobre trilhos."
Mendroni
disse ainda, na denúncia, que "através de acordos fraudulentos, os
denunciados pretendiam estabelecer e direcionar consórcios e
concorrentes individuais em vencedor/perdedor, através de proposta pro-forma,
(bid-rigging). Buscavam dividir o objeto do contrato e, portanto, o
mercado e o preço final superfaturado, direcionando a licitação para
saber previamente qual empresa seria a vencedora."
De
acordo com a denúncia, a CAF "venceu a concorrência em decorrência do
cartel". O edital da concorrência previa a manutenção preventiva e
revisão geral de 288 carros da série 8000 da Linha 8-Diamante. O prazo de
vigência do contrato é de 20 anos. Somente esta empresa apresentou
proposta na sessão pública de abertura de envelopes com as propostas de
participação no processo licitatório.
Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem: CPTM
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