Atropelamento na Linha 8-Diamante em 2012 |
Levantamento no Datasus sobre mortes por atropelamento na cidade de São Paulo mostra
que, nos últimos dez anos, 29 pessoas foram mortas por ciclistas em
acidentes de trânsito. É o tipo de transporte menos letal entre todos os
listados no Datasus. Os trens mataram, por exemplo seis vezes mais no
período: 183 pessoas.
A listagem do Datasus é feita pelo Ministério da Saúde a partir de
informações hospitalares passadas pela Prefeitura e pelo governo do
Estado. No caso dos trens, a listagem não detalha se as mortes foram
causadas por trens do Metrô, da CPTM ou das empresas de transporte de carga, que
compartilham as linhas férreas usadas por passageiros.
No caso da CPTM, só em 2010 é que foi concluída uma política voltara
para isolar completamente as seis linhas do sistema de pedestres, com
muros e grades. Já no caso do Metrô, também em 2010, o Estado tentou
executar um programa de instalação de portas de plataforma. A Estação
Vila Matilde, na zona leste, chegou a receber esses equipamentos - mas o
programa não foi para frente, segundo o Metrô informou na época, por
dificuldades da empresa contratada para o serviço.
Por outro lado, as estações inauguradas após aquele ano, nas Linhas
2-Verde e 4-Amarela, já foram concebidas com essas portas de proteção. O Governo do Estado foi questionado sobre o número de mortes. mas
limitou-se a informar, em nota, que "que tanto o Metrô quanto a CPTM não
dispõem desses números", sem fazer mais comentários.
Em São Paulo, o veículo mais letal para o pedestre, segundo as
informações do Datasus, é também a de maior frota. Entre 2005 e 2014,
intervalo do levantamento, 2.468 pessoas foram atropeladas e mortas por
automóveis, picapes e caminhonetes. Ou seja: os carros matam 85 vezes
mais do que as magrelas que deslizam pela capital - na ciclovia ou fora
dela.
Em números absolutos, os ônibus aparecem em 2º lugar no ranking de
letalidade, sendo os veículos responsáveis por 1.549 atropelamentos na
última década, seguidos de motocicletas e triciclos, que mataram 1.040
pedestres.
Ao todo, no período levantado, houve 6.804 mortes de pedestres na
cidade. A capital vinha em uma tendência de franca redução no total de
mortes por esse motivo. Houve 823 ocorrências em 2005, número que caiu
até atingir 530 registros em 2013. No ano passado, a tendência se
inverteu: o número aumentou para 585 casos.
O zelador aposentado Florisvaldo Rocha, de 78 anos, morto na
segunda-feira por um ciclista na Avenida General Olímpio da Silveira, no
centro, sob o Minhocão, encaixa-se no perfil, que ainda segundo o
Datasus, concentra o maior número de pedestres. Dos 29 mortos, 20, como
ele, eram homens. 12 tinham mais de 65 anos de idade (faixa etária com
mais casos) e oito também foram atropelados na segunda-feira, dia mais
letal da semana.
Fonte da Notícia: O Estado de São Paulo
Imagem: G1
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