Pesquisa

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ferrovia marca História de Jundiaí e Sorocaba


Trêm da Estrada de Ferro Sorocabana parado na Estação Sorocaba, no ínicio da década de 1920



Trêm Série 1700 na Estação Jundiaí em 2003


As cidades de Sorocaba (SP) e Jundiaí (SP) mudaram radicalmente após a chegada das ferrovias Sorocabana e Inglesa. A economia teve grande ascensão e os progressos tecnológicos e culturais nas cidades refletem na importância que elas tem hoje para o estado de Sâo Paulo.

As ferrovias deram um novo significado histórico para a região. No dia 13 de junho de 1872, a estrada de ferro Sorocabana começou a ser construída e a vida da população, até então marcada fortemente pelo tropeirismo, deu uma forte guinada. Sorocaba foi escolhida para ter uma ferrovia porque a produção regional de algodão para o porto de Santos que, até aquele momento era feito no lombo de muares, crescia consideravelmente e a solução mais moderna foi adotada. O trecho Sorocaba – São Paulo da ferrovia demorou três anos para ficar pronto e foi inaugurado em 10 de julho de 1875.

O algodão que saia de Sorocaba e chegava a São Paulo era transferido para os vagões da São Paulo Railway, também conhecida como Inglesa, que ligava Jundiaí a Santos e foi a primeira ferrovia construída em solo paulista. A Inglesa, que foi inaugurada em 1867 e tinha o monopólio do transporte de mercadorias até o porto de Santos.

A chegada das ferrovias nas cidades de Sorocaba e Jundiaí modificou completamente também a economia e o comportamento local. Jardel Pegoretti, de 83 anos, trabalhou por 32 anos na Sorocaba e conta que tudo na cidade girava em torno da ferrovia, até mesmo a vida noturna.

A cidade de Jundiaí teve o seu crescimento acelerado a partir de sua ligação por via férrea com São Paulo. Ali passaram a chegar todas as cargas do interior para canalizar seu transporte para o porto. Além de mercadoria, a Inglesa também transportava passageiros. Os passeios em família até o litoral paulista eram frequentes
A 'Sorocabana' foi uma grande oportunidade de trabalho para muitos jovens da época. “Eu me formei em marcenaria e carpintaria da via permanente. Na ferrovia eu aprendi, cresci e fiz minha vida. Foram 30 anos cuidando daqueles trilhos”, relata José Carlos Malzoni, hoje com 66 anos. Os trilhos eram sinônimo de progresso e ser ferroviário significava “status”.

A utilização de ferrovias no Brasil declinou na década de 70 e no seu lugar estão os automóveis e caminhões. Hoje Jundiaí e Sorocaba têm museus que contam e se dedicam à importante história ferroviária da região. O dia a dia nos trilhos atualmente é contado por estudiosos do assunto e ex-trabalhadores, que têm a vida na ferrovia ainda frescas em suas memórias

Um comentário:

  1. Essa foto acima colorida é na estação de marechal Hermes - rio de janeiro

    ResponderExcluir