Trêm
da Estrada de Ferro Sorocabana parado na Estação Sorocaba, no ínicio da década
de 1920
Trêm Série
1700 na Estação Jundiaí em 2003
As cidades de Sorocaba (SP) e
Jundiaí (SP) mudaram radicalmente após a chegada das ferrovias Sorocabana e
Inglesa. A economia teve grande ascensão e os progressos tecnológicos e
culturais nas cidades refletem na importância que elas tem hoje para o estado de
Sâo Paulo.
As ferrovias deram um novo
significado histórico para a região. No dia 13 de junho de 1872, a estrada de
ferro Sorocabana começou a ser construída e a vida da população, até então
marcada fortemente pelo tropeirismo, deu uma forte guinada. Sorocaba foi
escolhida para ter uma ferrovia porque a produção regional de algodão para o
porto de Santos que, até aquele momento era feito no lombo de muares, crescia
consideravelmente e a solução mais moderna foi adotada. O trecho Sorocaba – São
Paulo da ferrovia demorou três anos para ficar pronto e foi inaugurado em 10 de
julho de 1875.
O algodão que saia de Sorocaba
e chegava a São Paulo era transferido para os vagões da São Paulo Railway,
também conhecida como Inglesa, que ligava Jundiaí a Santos e foi a primeira
ferrovia construída em solo paulista. A Inglesa, que foi inaugurada em 1867 e
tinha o monopólio do transporte de mercadorias até o porto de
Santos.
A chegada das ferrovias nas
cidades de Sorocaba e Jundiaí modificou completamente também a economia e o
comportamento local. Jardel Pegoretti, de 83 anos, trabalhou por 32 anos na
Sorocaba e conta que tudo na cidade girava em torno da ferrovia, até mesmo a
vida noturna.
A cidade de Jundiaí teve o seu
crescimento acelerado a partir de sua ligação por via férrea com São Paulo. Ali
passaram a chegar todas as cargas do interior para canalizar seu transporte para
o porto. Além de mercadoria, a Inglesa também transportava passageiros. Os
passeios em família até o litoral paulista eram frequentes
A 'Sorocabana' foi uma grande
oportunidade de trabalho para muitos jovens da época. “Eu me formei em
marcenaria e carpintaria da via permanente. Na ferrovia eu aprendi, cresci e fiz
minha vida. Foram 30 anos cuidando daqueles trilhos”, relata José Carlos
Malzoni, hoje com 66 anos. Os trilhos eram sinônimo de progresso e ser
ferroviário significava “status”.
A utilização de ferrovias no
Brasil declinou na década de 70 e no seu lugar estão os automóveis e caminhões.
Hoje Jundiaí e Sorocaba têm museus que contam e se dedicam à importante história
ferroviária da região. O dia a dia nos trilhos atualmente é contado por
estudiosos do assunto e ex-trabalhadores, que têm a vida na ferrovia ainda
frescas em suas memórias
Essa foto acima colorida é na estação de marechal Hermes - rio de janeiro
ResponderExcluir