Nesta semana, representantes da Prefeitura se reunirão com o Secretário de Estado de Turismo, Roberto de Lucena, com o objetivo de
retomar as tratativas que visam tirar do papel o roteiro original do
Expresso Turístico, que contempla o percurso ferroviário entre as
estações da Luz e o Distrito de Sabaúna.
A proposta é não só estender o percurso, que hoje para em
Mogi das Cruzes, como também ampliar as viagens do trem que traz
turistas para a Cidade.
O Expresso Turístico é uma das 13 oportunidades para
alavancar o setor e que estão listadas na minuta do Plano Diretor de
Desenvolvimento Turístico, apresentado ontem durante audiência pública
realizada no auditório do Cemforpe, no Nova Mogilar.
O documento colocado em discussão ontem, entre um público
formado principalmente por empreendedores do setor turístico, é
resultado de um convênio entre a Prefeitura de Mogi das Cruzes e o curso
de Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo, que está em desenvolvimento desde 2014.
Elaborado com o objetivo de orientar ações para aprimorar e
diversificar a oferta turística, além de desenvolver projetos para o
crescimento do turismo na Cidade, o Plano Diretor contempla um raio-x
das principais forças e fraquezas do setor no Município, assim como
lista as principais oportunidades e ameaças. As diretrizes propostas são
para execução nos próximos 10 anos, com atualizações a cada três anos.
As sugestões apresentadas ontem serão avaliadas e consolidadas no plano,
que deverá ser concluído em Dezembro de 2015.
No caso do Expresso Turístico, ele é apontado no Plano
Diretor como uma grande oportunidade para aquecer o fluxo turístico na
Cidade. Funcionando desde 2009, ele realiza uma viagem por mês – sempre
no segundo sábado - e com uma média de 180 passageiros, que tem na
Cidade quatro opções de roteiro: rural, ecológico, cultural e
ecocultural. A passagem custa R$ 39,50 por usuário, sendo que os
passeios são cobrados a parte.
A proposta municipal, já embasada numa das diretrizes do
novo documento, é estender o destino do Expresso Turístico até a
bucólica Sabaúna, que era o previsto inicialmente, mas que não foi
levado em frente, entre outras coisas, em razão da necessidade de
compartilhamento da linha com o transporte de cargas. O coordenador
municipal de Turismo, Fábio Barbosa, acredita que só o fato de ter
Sabaúna como destino final atrairá mais turistas para a Cidade.
"É possível conseguir isso, pois hoje já temos o Trem de
Natal que vai para Sabaúna. Precisamos mostrar para a CPTM que é viável
e, para isso, esperamos contar com a ajuda da Secretaria de Estado de
Turismo”, ressalta Barbosa.
Distante 20 quilômetros do Centro de Mogi, Sabaúna ainda
preserva características rurais e tem atraído cada vez mais visitantes.
As suas principais atrações são justamente a antiga estação, onde
funciona o Museu Ferroviário, que reúne acervo de itens que moviam as
locomotivas no passado, e as fazendas que possibilitam o contato com o
campo, animais e aves. E a novidade, que é o espaço da antiga Pedreira
para o turismo de rapel e outras atividades de aventura. Outra atração
são as corridas rústicas e provas de ciclismo.
Outra discussão será para ampliar as viagens, que antes
eram quinzenais e após a implantação de novos destinos turísticos foi
reduzida pela CPTM para uma vez ao mês. Isso é porque só há uma
locomotiva para atender ao Estado. O Município, no entanto, tenta
viabilizar uma outra composição, uma Litorina, com capacidade para cerca
de 60 lugares, que se tiver sua circulação autorizada, poderá trazer
turistas em mais dias para a Cidade.
Em um ano, 400 mil visitantes
A Coordenadoria Municipal de Turismo estima que Mogi das
Cruzes receba uma média de 400 mil turistas/ano, o equivalente ao total
de habitantes para a Cidade. O número é calculado com base no
faturamento do setor e leva em conta apenas os turistas que se hospedam
nos hóteis e pousadas – são cerca de dois mil leitos. Os visitantes de
um dia, que são um dos destaques do Município, não estão contabilizados.
Em atrativos, Mogi conta com mais de 30 destinos, com
destaque principalmente para os rurais e de aventura. A Cidade tem
opções que vão do Pico do Urubu, referência para o voo de paraglider
(voo livre), até as pedreiras que possibilitam a prática do rapel (em
Sabaúna) os passeios de remo e rafting no Rio Itatinga, no Parque das
Neblinas, em Taiaçupeba. Há, ainda, opção para quem curte escalada
indoor e outdoor, num ginásio de escalada que funciona em plena área
urbana, na Vila Oliveira.
Mais informações sobre os atrativos da cidade na Coordenadoria de Turismo pelo telefone 4790-5142 ou 4798-5078.
City tour movimenta setor, inova rotas e cria entidade
Com roteiros variados e baixo custo, o programa Mogi para
Mogianos é apontado como uma das forças do turismo local e com potencial
para alavancar o setor. Neste domingo, a iniciativa alcança a marca de
quatro mil passageiros desde 2010, quando o city tour foi lançado. Hoje
já não são apenas moradores da Cidade que fazem o passeio. Os hotéis e
agências descobriram o projeto e todos os finais de semana os ingressos
se esgotam. Na média, 80% dos passageiros são mogianos e 20% visitantes
que se encontram por Mogi.
Os passeios acontecem aos domingos, com saída do Parque
Centenário, às 10 horas. O ingresso custa R$ 5 por pessoa. Do primeiro
ao terceiro acompanhante, o ingresso sai por R$ 2,50. Os passeios são
mesclados, ou seja, contemplam um roteiro cultural e um religioso ou um
ecológico e um cultural, por exemplo. A agenda do mês é disponibilizada
no site www.mogidascruzes.sp.gov.br e detalhes e reservas podem ser
feitos, de terça a domingo, das 9h às 15h, no Centro de Informações
Turísticas do Parque Centenário. São 26 lugares disponíveis por passeio.
Segundo o coordenador municipal de Turismo, Fábio Barbosa, o
Mogi para Mogianos está entre as iniciativas que ajudaram a alavancar o
setor na Cidade, principalmente, o turismo rural. Ele lembra que, no
começo, era apenas uma propriedade – o Orquidário Oriental, no Itapeti.
Hoje são mais de 18 propriedades rurais.. Ao todo, são 30 destinos, que
contemplam espaços públicos, ateliês de artistas plásticos e templos
religiosos. Até neste último ocorreram avanços. Antes, os passeios se
resumiam as igrejas históricas da Cidade, como as do Carmo. Hoje, já
contemplam a mesquita islâmica, um templo budista e até mesmo um centro
de umbanda e bruxaria.
Do projeto se originou uma associação – a Asdetur, que
reúne 18 empresários de turismo rural, que se uniram para explorar o
segmento de forma sustentável e concisa. Essa organização e o suporte da
Administração são apontados no diagnóstico da USP como uma das forças
do turismo local. Nesta lista inclui-se, também, o fato de Mogi das
Cruzes reunir a segunda maior comunidade japonesa no Brasil e contar com
associações e eventos que são referência em todo o País, como o
Akimatsuri. Uma curiosidade é que a maioria dos proprietários de
atrativos rurais é de origem japonesa. E uma das oportunidades
apresentadas para o Plano Diretor é fazer do Bairro da Liberdade, em São
Paulo, um polo emissor de turistas para Mogi. Outra proposta é se valer
das represas do Alto Tietê para o desenvolvimento do turismo e lazer.
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