O Ministério Público Estadual e a Procuradoria da República pediram à
Suíça quebra do sigilo de contas e o bloqueio de valores de 20
investigados, inclusive empresas, por suposto envolvimento com o cartel
metroferroviário de São Paulo. Entre os alvos do cerco da promotoria
está a offshore Badminton, constituída por um ex-diretor da CPTM – o nome da offshore é alusivo
ao jogo de peteca popular desde a Idade Média no Reino Unido.
A investigação é relativa a vários contratos e licitações do Metrô e
da CPTM no período entre 1998 e 2008. Os investigadores estão
convencidos de que houve pagamento de propinas no âmbito do cartel. Eles
alegam “certeza absoluta” de que o cartel das grandes multinacionais
“não funcionou sem ajuda de agentes públicos”. Um investigador declarou.
“Não houve só cartel, teve corrupção também.”
Em janeiro de 2014, o Coaf informou ao Ministério Público que o engenheiro Ademir Venâncio
de Araújo, ex-diretor da CPTM, e a mulher dele mantêm 5 contas em nome
próprio, de uma offshore e de uma fundação, como informou o repórter
Wallace Lara, no jornal SP TV, da TV Globo ontem.
O Coaf não cita o valor depositado, mas investigadores estimam que
pode ultrapassar US$ 1 milhão. Esse dinheiro já está embargado pelo
Ministério Público da Confederação suíça.
O pedido de auxílio mútuo à Suíça para quebra de sigilo e bloqueio de
ativos é subscrito por seis promotores de Justiça de São Paulo e um
procurador federal.
Trata-se do terceiro pedido de caráter internacional realizado pela
promotoria na investigação do cartel metroferroviário. Antes, foram
encaminhados à Alemanha e à Inglaterra protocolos de cooperação
amparados na Convenção da ONU contra a corrupção.
O cartel metroferroviário foi denunciado em maio de 2013 pela
Siemens, em acordo de leniência com o Cade, órgão anti truste do governo federal. A multinacional
alemã relatou conluio com outras gigantes do setor para conquistar
contratos bilionários em São Paulo e no Distrito Federal.
O Ministério Público Estadual já apresentou à Justiça de São Paulo
cinco denúncias contra 30 executivos das multinacionais exclusivamente
por formação de cartel e fraudes a licitações. Agora, concentra forças
na investigação sobre corrupção.
Fonte da Notícia: Estadão
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