Pia, espremedor de frutas, tampa de privada e pacote com objetos
eróticos são os itens encontrados nas estações da CPTM de São Paulo que ainda surpreendem o
departamento de Achados e Perdidos. Dentaduras, de tão recorrentes, não
assustam mais. “A dentadura é frequente, a gente nem se surpreende. Não
entendemos, mas já virou rotina”, afirma Eliete Cury, chefe do
Departamento de Atendimento ao Usuário (SAU) da Companhia.
A lista é renovada diariamente. Os itens recolhidos nas seis linhas
são levados uma vez por mês ao setor de Achados e Perdidos na estação
Barra-Funda, onde ficam guardados durante 60 dias. Após o prazo, uma
parte é doada e outra, destruida. “A gente acha que não tem mais coisa
estranha pra chegar, mas sempre chega. Outro dia recebemos um tapede de
dois metros e meio, do tamanho de uma parede.”
Cinco funcionários são responsáveis pelo atendimento, arquivo
cadastro e pesquisa. A rotina é um desafio de compreensão. “Carrinho de
bebê, por mais que seja recorrente, eu fico tentando entender. Não
conseguimos devolver nenhum até hoje pra saber como o usuário esqueceu
no trem.”
Em média, 6.500 novos itens são levados ao departamento a cada 30
dias. A grande maioria, segundo Cury, sem apelo cômico: 60% são
documentos perdidos. Com a ajuda de redes sociais, os profissionais
tentam localizar os donos. “Se fosse só espontânea, devolveríamos muito
pouco. Fazemos um trabalho quase investigativo. Não ficamos só no que é
óbvio, usamos as redes sociais para localizar as pessoas, quando os
objetos ou documentos têm identificação.”
Pia encontrada em trem da CPTM de SP
O nicho de atuação do setor também é, por vezes, confundido pela
população. A chefe do SAU revela que há quem compareça ao Achados e
Perdidos em busca de parentes. “Somos procurados também pra encontrar
marido, e adultos desaparecidos”.
Os usuários podem procurar os objetos perdidos pessoalmente, na
estação Barra-Funda, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. A CPTM
também oferece um atendimento telefônico (0800-0550121), e pelo site. É
fundamental descrever o objeto ou documento perdido para que seja
devolvido. "No caso de dúvida, nunca entregamos. E para os objetos de
alto valor, pedimos a nota fiscal", alerta Cury.
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