
A reportagem encontrou acessos para pedestres em condições tão precárias que somente o acaso (ou a proteção divina) estaria evitando a ocorrência de acidentes graves.
O DAT conversou com moradores da Vila Sônia, da Vila Japão e do Tipóia, que ficam na área central da cidade, e ouviu pesadas críticas e protestos de todas as 17 pessoas entrevistadas que foram unânimes em destacar a falta de segurança, os possíveis abusos praticados por funcionários que param as composições em locais considerados inadequados e a omissão da prefeitura que deixa MRS ´fazer o que quer´ na linha que passa pela área central da cidade.
Na Vila Sônia, logo no início da estrada Walter Silva Costa e bem ao lado de uma escola municipal, tem passagem (clandestina) que serve a centenas de moradores que cruzam a via usada pelos trens de carga para chegar ao pátio de Manoel Feio. Além de cruzar a linha, os moradores, especialmente crianças, adquiriram o hábito de caminhar ao lado da linha ou mesmo sobre a trilhos e dormentes.
"Já cansamos de pedir a colocação de uma passarela, mas o pessoal da MRS diz que é a prefeitura quem tem de fazer. A prefeitura não faz e diz que é a MRS, e o problema continua", lamentou uma moradora da Vila Sônia que pediu anonimato.
Um pouco antes da Vila Sônia, a equipe de reportagem flagrou outra situação de enorme risco. Na Vila Japão, os moradores utilizam a rua Santo Anastácio para chegar a estrada de Santa Isabel e vice-versa. Para isso eles cruzam a linha. Não existe cancela.
No dia em que o DAT estava em Itaquá, um trem que circulava em direção ao pátio de Manoel Feio parou bem no local da travessia (aparentemente clandestina) dos pedestres e várias pessoas, algumas com crianças, não tiveram dúvidas de passar embaixo da composição para chegar ao outro lado.
"Nos domingos tem feira no bairro e a situação fica muito pior porque quando trem para aqui, centenas de pessoas passam por baixo, colocando a vida em risco. Já teve caso de gente que caiu embaixo do trem, escorregou nos trilhos e se machucou feio. Qualquer hora pode acontecer uma tragédia, mas ninguém toma providência", disse a autônoma Maria José Teixeira Pinto.
Fonte: DAT
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