São Vicente corre o risco de não conseguir cumprir até o final de 2016 a integração do transporte público municipal com o sistema do VLT da Baixada Santista . O alerta é dado pela própria
Prefeitura, em razão do adiamento do prazo de renovação da frota de
lotações. Inicialmente, essa mudança estava prevista para Julho de 2016, mas uma
lei aprovada pela Câmara Municipal estendeu o limite até 31/12/2016
Como a intenção da EMTU é dar início à integração com as linhas municipais em
novembro, a Secretaria Municipal de Transportes entende que
não será possível atender plenamente aos padrões de adequações
necessários para tal serviço. Para isso, segundo a Prefeitura, seria
necessário que toda a frota fosse composta por micro-ônibus, o que não
ocorre atualmente.
São três os motivos principais que sustentam
esse receio. O primeiro é o fato de que o sistema ainda não conta com o
chamado travamento das catracas. Ou seja, o cálculo de quantos bilhetes
foram comercializados é feito por amostragem, o que impede uma definição
exata sobre o valor da tarifa do transporte integrado, por exemplo.
Essa questão também inviabilizaria o uso de um cartão único.
A
segunda questão é uma exigência do Contran, que a partir deste ano passará a exigir a acessibilidade dos
veículos de transporte municipal. No caso de vans, nem todas possuem
capacidade para atender tal cobrança, especialmente com os elevadores
para cadeiras de rodas.
O último ponto é a necessidade de duas
portas nos meios de transporte. Caso essa exigência não seja atendida,
haverá formação de filas, pois quem está para descer e quem sobe no
veículo precisam usar a mesma porta. Hoje, das 349 lotações da frota,
206 estão no padrão, ou seja, 59% dos veículos.
Obstáculo
“Nós
tínhamos um cronograma, uma intenção de padronizar toda a frota com
micro-ônibus até o mês de julho. Depois, teríamos alguns meses para
discutir valores das tarifas, itinerários e fazer os ajustes
necessários. Mas essa lei complicou o nosso projeto e, hoje, há, sim, o
risco de não conseguirmos cumprir a adequação para a integração até
outubro”, comenta o chefe de gabinete da Setrans, Ricardo Nascimento.
O Prefeito Luís Cláudio Bili em visita a A Tribuna, há uma semana,
admitiu a preocupação da Prefeitura em relação à integração. “Nós
precisamos dar acessibilidade, e as vans não têm catraca. Se o modal não
estiver consolidado, não tem como fazer a integração com o VLT”, disse.
Bili
afirmou que o Município entrou na Justiça com uma ação direta de
inconstitucionalidade contra a lei, apresentada pelo Vereador Pedro
Gouvêa
“Estamos esperando uma liminar. Eles (donos de
lotações) não podem reclamar dos prazos, porque foram informados e
cobrados várias vezes. E continuamos orientando as associações para
incentivarem a adequação”, completou.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
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