O Supremo Tribunal Federal arquivou ontem inquéritos que
investigavam o envolvimento do deputado federal Rodrigo Garcia e
do suplente do Senador José Serra, o ex-deputado federal José
Aníbal, com o cartel de trens e Metrô em São Paulo. Os dois
foram acusados de terem sido beneficiados em um suposto esquema de
pagamento de propina em obras no Estado durante gestões do PSDB.
O ministro Luiz Fux foi o autor do voto decisivo pelo arquivamento. Ele
entendeu não haver motivo, justa causa, para dar continuidade à apuração
no STF. O procedimento investigatório foi instaurado com base em
depoimento do ex-diretor da divisão de transporte da multinacional alemã
Siemens, Everton Rheinheimer, que prestou depoimento à Polícia Federal, em 2013, quando afirmou que parlamentares recebiam propinas de
multinacionais.
Em delação premiada, o executivo afirmou que teria acertado o pagamento
de propina a Garcia e também com um assessor de Aníbal. Quando a
investigação foi aberta, a pedido do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, o tucano ocupava a Secretaria de Energia, enquanto o
integrante do DEM estava à frente da pasta de Desenvolvimento Econômico
no Governo de Geraldo Alckmin. Os dois eram investigados no
Supremo por terem foro privilegiado.
Com o arquivamento, especula-se a possibilidade de ambos voltarem a
integrar o primeiro escalão do governo estadual. Em nota, Aníbal disse
que recebeu a decisão com naturalidade. O tucano, porém, aproveitou para
desqualificar a denúncia, ancorada, segundo ele, em documento apócrifo e
falso. O documento foi encaminhada à Polícia Federal (PF) pelo então
deputado estadual, Simão Pedro, hoje secretário municipal de
Serviços da Prefeitura de São Paulo.
Cabe à Justiça esclarecer quem são os autores das fraudes documental e
processual. Exceto o diretor-geral da Polícia Federal, que agiu com
isenção, movo processo contra todos os demais envolvidos, disse Aníbal
em relação a Rheinheimer, Simão Pedro e o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, a quem a PF está subordinada.
Garcia também divulgou nota para reiterar que não teve nenhuma
participação no esquema de cartel de trens de São Paulo. Todas as
diligências necessárias foram realizadas, comprovando que, em momento
algum, integrei este suposto cartel, disse.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
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