Placa indicando que sanitários da Estação da Luz estão inativos |
A promoter Sandri Dantas, 33, chegou apressada ao
banheiro público da Estação da Luz da CPTM e recebeu uma má notícia: um
cartaz informava que o local estava fechado por “insuficiência de água”.
Aflita, perguntou a um funcionário qual o banheiro mais próximo para
levar a filha Luiza, 3. A sugestão de utilizar o sanitário que fica
depois da catraca foi aceita, mas ela ficou revoltada: “vou ter que
pagar outra passagem!”
Situações
semelhantes foram acompanhadas pelo Mural na primeira semana de
fevereiro, em mais duas movimentadas estações centrais – Brás e Barra
Funda, que interligam linhas de trens e metrô, e em outras da rede
metropolitana, como Francisco Morato, Caieiras, Perus e Piqueri. Os
banheiros públicos nas áreas internas desses locais têm sido fechados ou
interditados parcialmente em função da falta de água.
A
autônoma Lucília Santos, 56, e a cabeleireira Beatriz de Lima, 52,
criticavam a interdição na estação Luz. “o mesmo ocorre há dois meses em
Francisco Morato (na linha 7)”. As amigas lembram que os principais
prejudicados são crianças, idosos e doentes, pois precisam ir com
frequência ao banheiro.
Na
noite de 04/02/2015, um cartaz comunicava a interdição parcial do
banheiro da estação Brás. Um funcionário se esforçava em higienizar o
ambiente, mas os produtos de limpeza não impediam o mau cheiro do lugar,
sem água nos vasos sanitários e apenas uma torneira funcionando. “A
água armazenada aqui termina cedo”, reconheceu um trabalhador que
preferiu não se identificar.
A
Sabesp admitiu que “as estações estão em regiões com redução de pressão
de água, medida intensificada para conter vazamentos e perdas na rede”.
A companhia revelou que “tem realizado ajustes na gestão de demanda
para minimizar os efeitos de eventuais intermitências no fornecimento” e
que “orientou a CPTM a fazer obras de adequação em suas instalações, já
em execução, para fazer frente ao consumo diário”.
Questionada
sobre o problema, a CPTM não respondeu quais estações e linhas são
afetadas e nem os horários de interdição, e se limitou a afirmar que
“eventuais restrições em equipamentos são informadas aos usuários”.
Também destacou a adoção de “medidas para incentivar o uso racional da
água”, como a instalação de dispositivos nas torneiras das pias que
permitem a redução do consumo.
Em Outubro de 2014, um post publicado no Mural já informava que a falta de
água causava o fechamento de sanitários públicos em estações. Na
ocasião, a CPTM tratou a situação como “pontual” e a Sabesp justificou o
caso pelas “elevadas temperaturas que provocaram aumento do consumo”.
Fonte da Notícia: Sidney Pereira- Blog Folha de São Paulo
Imagem: Folha de São Paulo
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