Os quase três milhões de usuários que trafegam
diariamente na CPTM estão se acostumando a uma rotina de defeitos e complicações
aos finais de semana. Não bastassem as dificuldades semanais, falhas e atrasos
nas composições, aos sábados e domingos a situação piora quatro vezes mais.
Intervalos enormes, falta de informação e muita paciência são alguns tópicos que
os usuários levam em consideração logo ao passar pelos bloqueios.
O lado do usuário
Foto: Locomotiva que faz os Serviços de Manutenção na CPTM
Trem no horário e viagem no tempo certo. Isso
basta, para todos aqueles que ainda preferem o trem ao ônibus ou ao próprio
automóvel. Desde sempre, é debatido que os passageiros não querem saber de trem
novo. Querem saber de chegar no horário, independente do trem que esteja em
circulação. A empresa se beneficia aos sábados e domingos com uma boa redução da
demanda, para ao menos tentar realizar alguma manutenção em vias, sistemas
elétricos e trens. Só que isso afeta quem ainda necessita diretamente dos trens
aos finais de semana. Intervalos que oscilam de 11 a 40 minutos são considerados
abusivos. Em certos casos, trens não cumprem uma viagem completa e deixam os
usuários no meio do caminho, sendo necessário sair de um trem cheio para
embarcar em uma composição ainda mais lotada. Ou seja, paga-se por um verdadeiro
descaso.
O lado da empresa
O sistema é aberto à operação comercial às 04h
em ponto. Mas por volta das 03h10 da manhã, já temos trens saindo dos pátios
para as estações ou para pontos estratégicos. Considerando que a operação
comercial se encerra 00h (com o último trem saindo de todas as estações
terminais) e, cada viagem dura em média uma hora, os trens encerram as
atividades por volta de 01h da manhã. Em síntese: 02h10 de pausa para tráfego de
dezenas de trens de carga. Não existe tempo hábil para realizar manutenções nas
seis linhas da Companhia. Daí a opção de se realizar aos finais de semana, mesmo
impactando tanto como nos últimos dois anos. O lado difícil da CPTM é que o
sistema já é um colapso por si só. As manutenções nem sempre dão certo, a ponto
de terminar um serviço e já abrir falha no mesmo lugar. É algo que chega a ser
inexplicável. Do outro lado, técnicos de manutenção se desdobram diariamente
para resolver pendências nos trens e entregar, às vezes, no mesmo dia. As falhas
nos trens tem sido muito comuns também por despreparo das terceirizadas que
realizam a manutenção nos abrigos.
O que existe de fato é um círculo vicioso, que
tende a se manter cada vez mais. A Companhia, mal das pernas, tenta se manter da
forma que está. Os usuários, cansados de tantos problemas e de tanta lotação,
assistem de camarote um verdadeiro show de problemas. E pior, ainda pagam caro
por isso.
O
FERROVIÁRO. DE SEGUNDA A SEXTA ÁS 18:30 NO BLOG JORNAL DA CPTM. www.jornaldacptm.blogspot.com.br
E
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